sábado, 29 de maio de 2010

Onde está o Wally?

Por mais que eu me recuse contar o que aconteceu no meu sábado de manhã, por mais que a minha mãe não tenha me contado direito e esteja me tratando como uma doente mental (e física) até o momento em que resolveu sair com o meu paidrasto pra piriguetar ir em um clube ae onde eles encontram gente da mesma idade, enchem a cara e escutam forró, eu ainda estou confusa.

Eu já estava acordada fazia um tempo, já tinha ligado o pc, já tinha feito algumas coisas, já tinha até acessado alguns blogs e dado umas gargalhadas altas. Até ai, beleza. Ai que subo e vou lá me concentrar um pouco na leitura de Gil Vicente, beijos pra quem tem prova no dia da abertura dos jogos da copa. Comecei a me sentir mal, nem lembro mais se era diarréia, desinteria, dor de barriga, vontade de vomitar, gravidez ... (definitivamente não), só sei que lá fui eu descer as escadas, totalmente nocauteada por uma sensação ruim e ... Não sei.

Acho que apaguei. Acho que gritei pacaraleo. A escada daqui de casa é toda desorganizada, é de madeira, é lisa e tem umas prateleiras do lado. Me lembro da minha mãe muito preocupada do meu lado, porque qualquer coisa que me deixa muito mal a minha respiração fica estranha, não vou saber definir direito o estranha, mas dá umas pausas, eu engasgo com o ar (?) e fico parecendo um peixe fora d'água, se quiserem saber como é ... tirem um peixe da água e deixem ele tostando no sol, porra. Não tenho cara de experimento humano. /revoltada dunads

O que mais me dá vontade de não falar sobre é porque eu não sei o que aconteceu. Tem muita coisa em branco e isso me deixa puta.

Não sei se me machuquei, mas sinto dores. Não sei se cai da escada, não sei se desmaiei, não sei se fui agredida por um alien que mija pelo dedo ... Não sei que procedimento fizeram comigo no hospital, mas não foi nada grave porque em menos de quatro horas eu já tava em casa, mas sei que me fizeram inalação, me botaram no soro, me deram dramin e tiraram o meu sangue. Só pra constar, eu sou muito cagona quando se trata de agulha, e só pego médico que treme mais do que o solo próximo de quem foi vítima do furacão Katrina, e ... ISSO NÃO É LEGAL. As minhas únicas veias mais visiveis são as do pulso e uma outra na mão, de resto, no braço, tudo parece que "some" quando eu fico com medo, histérica, assustada, ou do que vocês quiserem chamar. Enquanto a da mão pulsa loucamente e fica num verde/roxo/preto/pisca-pisca-de-natal, a do braço s-o-m-e. Como se não bastasse s-e-m-p-r-e me fazerem de alvo pra dardos, onde o alvo é a minha veia e o dardo é a agulha e furarem a minha pele mais do que um queijo suiço, várias vezes, brincando de onde está o wally com a minha veia, dão no pulso (já é a segunda vez que acontece) e entortam. Vocês sabem o que é você, pessoa cagona, com muito medo de agulha, que uma médica louca já quebrou uma na bunda quando tinha uns cinco/seis/sete/seilá anos, sentir uma agulha entortando no seu pulso? Já é terrível porque parece que as suas veias começam a ganhar o ritmo de uma micareta, e você sente tudo no seu corpo que tiver ao redor da agulha. Senti até os lactobacilos vivos dos yakults tomados nos últimos anos, e quando a agulha começou a entortar ... Vi estrelas.

Eu tenho karma pra isso, não sou sortuda, portanto deixo a mão repousante e parada, mas ai me vai aquelas pessoas que querem aparentar que se importam comigo e ... pein, pioram tudo. É mamãe mexendo na minha mão e querendo segurar, é mamãe vendo que eu tô pálida pra cacete, é mamãe querendo apertar os meus dedos, é mamãe me abraçando ... E quando eu começo a reclamar da agulha que tava doendo, a enfermeira muda a posição da minha mão. Nessa hora eu já via tanta estrela, tanto passarinho, tanta coisa em outra dimensão e tals que o meu braço já tava tão dormente que pensei que dor, agora, já era o de menos, ai apaguei. Quer dizer, dormi.

Dormi tão gostoso, que acho que nem vou conseguir dormir mais essa noite. Sério, meu dia foi cheio de espaços em branco de sono gostoso seguido de acontecimentos estranhos que eu vou tar ou tão dolorida, ou tão perturbada, ou tão sem sono, que, vou até ter que fazer unidunitê entre um desses motivos pra não dormir.

O legal é que amanhã, antes das 6h30, vou ter que acordar e sair com papai. Ele ligou pra cá, perguntou se eu ia ou não com ele, falei do meu braço multi-color, ele fez piada dizendo que eu me fodo tanto que um dia vou acabar tendo que amputar o braço, eu disse "Pois é, mas veja pelo lado bom, eu posso mudar o meu sobrenome pra Aleijadinho e fazer fama", ele achou que eu tava falando sério e ficou puto, me mandando tomar mais cuidado e tals.

Vamos só ver como me sairei amanhã na minha vibe luciana.sou.deficiente.e.felis, provavelmente estou exagerando, mas a minha dor sempre é a mais-pior-di-ruim e a mais importante, ok? Ok. Me sinto uma drogada por não saber direito das coisas e só.sentir.dor.

Nossa senhora dos agulhados, se você existe, me ajude nessa caminhada difícil chamada vida. Brigadaê, beijos.

Isso é da série "se você rir, vai direto pro inferno"

MC.

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